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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Soneto da Ausência



A mão que disse adeus era um veleiro
no mar da solidão. O amor perdido
era um luar humilde e companheiro
do coração mais que do céu nascido.

Dantes, a paz não fora o meu roteiro.
Sonhava, apenas. Nem jamais, ferido
pelo céu, pelo mar, vivera inteiro
o meu reino de luz, já proibido.

Vi então que a alegria era um soluço
e o coração o mar e o céu cansados,
o coração há tanto adormecido.

E hoje no adeus, lembrando, me debruço,
no adeus que é o grito dos desesperados
e o olhar febril de algum enlouquecido.


Alphonsus de Guimaraens Filho

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