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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Nada Sei



Não me perguntes, porque nada sei
Da vida,
Nem do amor,
Nem de Deus,
Nem da morte.

Vivo,
Amo,
Acredito sem crer,
E morro, antecipadamente,
Ressuscitando.

O resto são palavras,
Que decorei,
De tanto as ouvir.

E a palavra,
É o orgulho do silêncio envergonhado.

Num tempo de ponteiros, agendado,
Sem nada perguntar,
Vê, sem tempo, o que vês
Acontecer.

E na minha mudez,
Aprende a adivinhar,
O que de mim não possas entender.


Miguel Torga

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