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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Quero



Não quero falar por metáforas
Não quero falar por parábolas
Não quero falar por sofismas
Não quero falar por fábulas

Quero falar com a língua
E que ela seja muito mais
Do que futilmente, palavras

Quero falar com palavras
E que elas sejam muito mais
Do que simplesmente a língua

Não quero saber de eufemismos
Não quero saber de semânticas
Não quero saber de modismos
Não quero saber de retóricas

Quero a poesia clara
Dos teus olhos e da alma
E do amor sem complexo

Quero penetrar no teu âmago
Com franqueza; e com calma
Absorver o teu sexo

Não quero ser moderado
Não quero ser literato
Não quero ser complicado
Não quero ser emblemático

Quero me intimidar
Quero me enfraquecer
Quero me subordinar
Quero me enternecer

Quero falar com o tato
Quero saber com o ato
Quero ser mais com o fato
De escancaradamente amar...

Com a língua de novo
Com a língua do povo
Com palavras plenas
Ruidosas, amenas...

Render-me, é o que espero
E sem culpa, dizer:
Amo-te amor, eu te
Quero!


(José Antônio Gama de Souza-Balzac)

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