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segunda-feira, 12 de abril de 2010

MÚSICA INÚTIL




Eu faço versos como quem ao peito

estreita um violão de timbre frouxo

que escondido no bojo traz um mocho

piando noite a dentro contrafeito.


Eu faço versos como quem sem jeito

finge que o verso não lhe saiba a frouxo;

quem andou pelo mundo feito cocho

supõe que seja torto o que é direito.


Eu faço versos como quem se espelha

no violão de acento dissonante

o qual sequer possui qualquer cravelha.


Eu faço versos feito o alucinado

que dedilha num tom exasperante

o próprio coração desafinado.


Sylvio Adalberto

Um comentário:

  1. Oi Ceição!
    Amo esse seu "Cantinho"!
    Meu coração enche-se de ternura e poesia sempre que venho até aqui!
    Parabéns pelas belíssimas postagens!

    "A poesia é a música da alma, e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais." (Voltaire)

    Beijos...

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