Esse de quem eu era e era meu,
Que foi um sonho e foi realidade,
Que me vestiu a alma de saudade,
Para sempre de mim desapareceu.
Tudo em redor então escureceu,
E foi longínqua toda a claridade!
Ceguei... tateio sombras... que ansiedade!
Apalpo cinzas porque tudo ardeu!
Descem em mim poentes de Novembro...
A sombra dos meus olhos, a escurecer...
Veste de roxo e negro os crisântemos...
E desse que era meu já não me lembro...
Ah! a doce agonia de esquecer
A lembrar doidamente o que esquecemos...!
(Florbela Espanca)
Avesso do tempo
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A chuva cai como lamento,
o vento noturno conduz sensações
impondo sua cadência imperiosa
devastando ilusões
As palavras tatuam na alma
um grito cego no a...
Há 12 anos
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